Membros da base do governo Suéllen Rosim (PSD) na Câmara de Bauru endureceram o discurso e fizeram críticas públicas à istração na sessão desta segunda-feira (5), episódio que evidencia o mal-estar que a base aliada enfrenta na relação com parte da istração.
Ao JC, o vereador Sandro Bussola (MDB), líder de governo na Câmara Municipal, disse que a istração respeita os apontamentos e que "todas as críticas foram construtivas neste início de mandato, sendo importante o alinhamento dos novos secretários com todos vereadores, o que irá acontecer"
Quem deu a largada foi o vereador Marcelo Afonso (PSD), líder de governo no primeiro ano de mandato da prefeita, em 2021, enquanto comentava assuntos relacionados à Empresa Municipal de Desenvolvimento Urbano (Emdurb).
"Que possamos ter retorno", criticou o vereador, de "todos os ofícios dos vereadores sobre sinalização de solo ou outra situação". "É só responder os vereadores. Faço um apelo aqui, mais uma vez, que a presidente da Emdurb faça funcionar os ofícios", emendou.
O próximo da fila foi Miltinho Sardin (PSD), também líder de governo entre os anos de 2023 e 2024. Ele mesmo revelou que faria um discurso breve ao subir à tribuna da Casa durante a sessão.
"Só queria deixar avisado para as secretarias que cuidam de praças, bosques e essas coisas que não o mais nada para vocês. Vou ar direto para a prefeita. Se ela não resolver, aí tudo bem", anunciou o parlamentar.
"Porque o bosque do Jardim Bela Vista, por exemplo, têm sido objeto de reclamação de moradores, e com razão. Os bosques de nossa cidade estão com infraestrutura toda deteriorada", emendou Miltinho.
Segundo ele, membros do governo "falam que vão tentar pintar, arrumar, e você não vê nada". "E a gente fica tomando paulada aqui. E com razão", ratificou. Miltinho disse, entre outras coisas, que pediu a instalação de uma cerca para aprimorar a segurança de um desses locais há um ano e meio "e ninguém faz nada".
"A gente não vê nada acontecendo. Só fica aqui pedindo e lá tomando pau. Agora vamos fazer diferente, vamos mandar direto para a prefeita", comentou, para depois elencar uma série de requerimentos sobre os quais não teve resposta.
Minutos depois o vereador André Maldonado (PP) subir o tom. "Vou trazer algumas questões para reflexão e já peço atenção ao Executivo, porque sabemos que o chefe de gabinete está nos assistindo", entoou.
Maldonado criticou a falta de manutenção em espaços públicos em geral, de bosques a quadras esportivas, e lembrou que "é muito bonito entregar uma área nova, mas precisa dar manutenção, precisa cuidar".
"Desde o início do meu mandato tenho cobrado melhorias na praça do Tangarás, que está abandonada e sem iluminação. Sabemos que o problema foi causado pelo furto dos fios, mas precisa fazer alguma coisa", mencionou.
Linha semelhante adotou Emerson Construtor (Podemos). "Vocês que são da oposição e nós, da situação, podem ter certeza. Nós não estamos sendo atendidos", lamentou o vereador. "O pessoal não olha as nossas mensagens, não nos responde", acrescentou.
"O primeiro pedido que fiz quando tomei posse envolvia duas vielas no Jardim Ouro Verde que precisam ser concretadas. Mas até agora não houve retorno. É feriado, recesso, mas trabalhar, que é bom, ninguém [quer], né?", indagou. "Mas aquelas vielas vão sair nem que eu aporte recursos próprios", disse.
Dificuldade parecida relatou o vereador Júlio César (PP), que conseguiu uma emenda parlamentar de R$ 700 mil a uma obra ainda no primeiro semestre do ano ado e tenta desde 8 de abril se reunir com o governo para discutir o projeto - sem sucesso até agora.
As críticas dos vereadores acompanham queixas que parlamentares fazem há mais de um mês. Como mostrou a coluna Entrelinhas (leia mais na pág. 2) em março, a principal crítica de vereadores é a falta de o à prefeita.
A mandatária vinha evitando até mesmo ligações de parlamentares outrora bastante próximos ao governo. Alguns aliados reclamam, por exemplo, de só ficarem sabendo de informações através da imprensa.
