POLÍTICA

Análise sobre a dimensão das denúncias de desvio na prefeitura

da Redação
| Tempo de leitura: 2 min

Denúncia 1

A denúncia da ex-comissionada Damaris Pavan (leia mais na página 3) tem indícios que podem corroborar com seus argumentos, mas também possui lacunas. A principal está no lapso temporal: são fatos que ocorreram há dois anos e cuja comprovação, neste momento, após ela ser demitida, se revela dificultada. Damaris diz que outras pessoas têm conhecimento do assunto, mas não indicou nenhum nome - "eles temem por seus cargos", diz.

Denúncia 2

Outro aspecto envolve conversas: ela afirmou ter somente dois prints de trocas de mensagens que fundamentam a denúncia. De fato, são mensagens atípicas, como a conversa em que Lúcia Rosim indica o endereço dos fundos da igreja para receber eletrodomésticos de um carreto às 9h, mas não há, até aqui, elementos que comprovem de fato que os itens saíram do depósito da prefeitura.

Investigação

Neste caso, cabe à Polícia ou mesmo a uma comissão de vereadores comparecer aos locais apontados para verificar in loco se os objetos teriam sido recebidos a título de doação, se estão no local de destino ou, em caso negativo, onde estariam. Qualquer item de propriedade do poder público, afinal, tem de ter condições de rastreabilidade.

Detalhes 1

Damaris diz que queria denunciar o caso desde há tempos e que só o fez neste momento por se sentir "sufocada". Ela afirma ter se distanciado do governo desde o início dos acontecimentos e que chegou a pedir exoneração mais de uma vez, mas que sempre foi convencida a ficar. De toda sorte, somente relatou o suposto esquema ao ouvir um "não" sobre um cargo comissionado. Não que isso signifique algo para a materialidade da denúncia: porém, sobre os quais as autoridades terão de se debruçar.

Detalhes 2

Ponto importante, porém, está na informação de que o pai da prefeita, Dozimar Rosim, aria o dia todo na prefeitura, ainda que não tenha cargo formal no governo. A que se deveria sua presença? É o que muitos indagam desde o início do mandato, em 2021. A coluna questionou a istração a respeito disso, mas não obteve retorno.

Na Câmara

Enquanto isso, não faltaram nesta quinta-feira ligações entre vereadores da base indagando um ao outro sobre o teor das acusações. A avaliação deles, neste primeiro momento, é de que as lacunas das denúncias, a falta de testemunhas e o fato de o motorista do "carreto" ter morrido são atenuantes. Nada, porém, é descartado.

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