
A Câmara de Bauru instaurou nesta segunda-feira (26) Comissão Especial de Inquérito (CEI), composta apenas por membros da base governista na Casa, para investigar supostos desvios de bens do Fundo Social da Prefeitura de Bauru, medida denunciada pela ex-aliada do governo Damaris Pavan.
A CEI do Fundo Social mira especificamente o período dentro do qual o órgão foi presidido por Lúcia Rosim, atual secretária de Assistência Social e mãe da prefeita Suéllen Rosim.
A abertura da Comissão de Inquérito já era esperada desde a semana ada, quando a oposição conseguiu o número mínimo de s necessárias à instauração da CEI - no final das contas, 14 parlamentares am o pedido.
Ao contrário das Comissões Processantes (s), cuja composição é definida mediante sorteio, os membros da CEI são definidos por indicação em plenário a partir das maiores bancadas.
No caso do Fundo Social, a CEI será composta pelos vereadores Dario Dudario (PSD), Pastor Bira (Podemos), Sandro Bussola (MDB, líder do governo na Câmara), Beto Móveis (Republicanos) e André Maldonado (PP).
Os supostos desvios foram denunciados há duas semanas por Damaris Pavan, que ocupou cargos comissionados na gestão Rosim de 1 de janeiro de 2021 até abril deste ano. Em nota, a prefeitura afirmou que as declarações da ex-aliada são "levianas" e "sem credibilidade" e fruto de "vingança".
Damaris afirma ter operado pessoalmente o esquema em várias ocasiões, uma das quais envolvendo bens doados pela Polícia Civil.
Segundo ela, foram levados, além de cestas básicas, um freezer duas portas, máquina de lavar louças, aspirador de pó e dois aparelhos de televisão, objetos doados pela Polícia Civil após terem sido apreendidos pela corporação.
Todos os objetos teriam sido encaminhados a uma edícula aos fundos do antigo prédio da Mipe, na rua Maria José Cordovil de Souza - a igreja hoje está situada na Zona Sul, na rua Joaquim da Silva Martha.
Na coletiva de imprensa realizada na semana ada, Damaris exibiu mensagens com a mãe de Suéllen na qual comenta a contratação de um carreto [veículo de carga de pequeno porte]. No diálogo, Lúcia envia a ela o endereço da rua Maria José Cordovil e diz que "Marcinha" - que segundo Damaris é irmã da secretária - iria receber os objetos. O JC questionou a istração na semana ada sobre o contexto desse diálogo, mas não obteve resposta.
A ex-aliada prestou depoimento na semana ada à Polícia Civil de Bauru e também reafirmou ter praticado os desvios.