Diversos fatores podem ser levados em conta para que alguém se torne ídolo de um time: identificação com a camisa, trajetória marcante e liderança dentro e fora de campo. Quando tudo isso se encontra em uma só pessoa, ela não apenas joga futebol — ela se eterniza na história do clube. E foi exatamente assim que a história de Heberson Demétrio, ou simplesmente Hebinho, se entrelaçou com o Oriente. 536i2a
Oriundo da Vila Dutra, bairro localizado no extremo da zona oeste, Hebinho recebeu o convite para integrar o time do Jardim Petrópolis em 1993. O convite veio do saudoso 'Seu Leça'. Foi ali que a trajetória de Hebinho começou a ganhar forma — e, sem saber, ele dava início a conexão uma rigidez com o Oriente.
Seus primeiros os no futebol amador foram com a camisa do A.A Oriente. No mesmo ano, Hebinho começou a disputar campeonatos amadores da cidade. No entanto, a história do atacante com o clube do coração é dividida em várias agens — todas elas muito vitoriosas. A primeira conquista marcante pelo Oriente foi o Campeonato amador em 2005, no qual ele foi protagonista. Ali, já começou a escrever sua história com o clube.
"Para mim, 2005 foi um ano mágico, e eu não posso deixar de citar duas pessoas que foram marcantes na minha trajetória no Oriente: Seu Leca e o 'Gilsão'. Pessoas de extrema importância, que levo no meu coração."
Dentre esses jogos, estão amistosos e campeonatos oficiais. No total, são cinco títulos oficiais, sendo dois deles pelos campeonatos amadores da cidade: o Campeonato da Liga em 2005 e a Copa Semel em 2015. "A torcida do Oriente costuma até brincar que, no ano ado em 5, o título é garantido."
"O Oriente é minha segunda pele. É uma relação de amor eterno. Tenho uma história como atleta que, sem dúvida, é uma das mais intensas e vitoriosas do clube. Foi aí que nasceu esse laço, esse amor que não se explica — apenas se sente. E o melhor de tudo: ser ídolo de um clube que também me escolheu é uma honra que carrego para sempre no peito."
O atacante também carrega uma marca expressiva como um dos maiores artilheiros do time, ultraando a marca de 100 gols.
A história de Hebinho como jogador do Oriente é dividida em cinco agens, nas quais atuou como jogador e, posteriormente, como auxiliar e técnico da equipe.
"Iniciei em 1993, depois voltei em 2005 para ser campeão. Tive mais uma agem em 2008, a terceira em 2011 e 2012, e a última começou em 2014 e foi até 2017. Nesse ano, machuquei o tendão e parei de jogar. Aí comecei a carreira de auxiliar técnico e, depois, ei a ser treinador. Comandei o Oriente como auxiliar em 2023 e como técnico em 2024."
"Minha gratidão a esse clube será eterna. Não tem nem como explicar esse sentimento. Tudo o que fez por mim... 200 jogos, sempre respeitando a instituição e me doando ao máximo em campo, com gols e muita raça."
Hebinho iniciou sua trajetória nos gramados ainda criança. Aos 10 anos de idade, deu seus primeiros chutes no time do Jardim Progresso. Já no primeiro campeonato disputado, conquistou o título. O torneio foi realizado entre bairros da cidade. Aos 11 anos, o jovem foi visto pelos 'olheiros' do Bauru Atlético Clube, um dos clubes tradicionais da cidade à época, mas sua agem pelas categorias de base do BAC foi relâmpago.
No ano seguinte, Hebinho trocou as cores do BAC pelo seu maior rival local: o Esporte Clube Noroeste. O atacante chegou ao alvirrubro com apenas 12 anos, onde jogou até os 18, atuando nas categorias de base e construindo uma forte identificação com o time bauruense. Dentre seus feitos por Norusca, o mais relevante foi o vice-campeonato paulista sub-17 em 1988.
Após consolidar sua trajetória no Noroeste, Hebinho foi emprestado ao Inter de Limeira. Pela equipe do interior paulista, conquistou um título expressivo: foi campeão da Copa BH Sub-20 em 1990, superando o Flamengo — que contava com Paulo Nunes e companhia.
Na temporada seguinte, ingressou nas categorias de base do Vasco da Gama.
"No primeiro treino pelo Vasco, meu saudoso treinador Alcyr Portela me levou para o tempo profissional. Treinei com o grupo, mas estava como específico e as negociações não avançaram, acabei voltando."
O atacante tem agens por diversas equipes do futebol amador bauruense: Parquinho, Corinthians do Jardim Prudência, Cruzeiro Protege, Gocil, Independência, Nacional e Laranjeiras.
Atualmente com 52 anos, Hebinho atua como treinador no futebol amador de Bauru. Comandante do Tempo do Bela Vista, na segunda divisão da Liga Bauruense, e o Nacional da Vila Cárdia, na divisão de elite da mesma liga.
Hebinho (ao centro) em ação pelo Oriente em 2005