
A Secretaria de Saúde de Campinas confirmou nove casos positivos de raiva em morcegos apenas nos primeiros cinco meses de 2025. O número representa uma taxa de positividade de 2% entre os 442 animais em comportamento suspeito investigados neste período. O dado reforça o alerta das autoridades para que a população não toque em morcegos vivos ou mortos, sob risco de contaminação pelo vírus, que é letal e transmitido pela saliva do animal infectado.
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Como parte da campanha de orientação, a Prefeitura promove nesta quarta-feira (21), das 9h às 16h, uma ação educativa no arruamento do Paço Municipal, voltada a servidores e cidadãos que circulam pela região central. Estações serão montadas pela Unidade de Vigilância de Zoonoses (UVZ) e pela Vigilância Regional Leste com informações sobre como identificar comportamentos anormais em morcegos e os cuidados ao encontrá-los.
A raiva é uma zoonose viral grave, que não tem cura após o início dos sintomas. Desde 1981, Campinas não registra casos em humanos, mas já houve ocorrências recentes em animais domésticos infectados por morcegos. Em 2015, foram confirmados um caso de raiva canina e outro felino. No ano seguinte, outro gato testou positivo para o vírus.
Cuidado redobrado com morcegos
De acordo com a coordenadora da UVZ, Marcela do Prado Coelho, morcegos em situação de risco costumam ser encontrados caídos, voando durante o dia ou pendurados em locais baixos. Em caso de contato acidental com o animal, a orientação é lavar imediatamente o local do ferimento com água e sabão e procurar atendimento médico. A vacina contra raiva está disponível em todas as unidades básicas durante a semana e na UPA Campo Grande aos finais de semana e feriados.
Os morcegos mortos devem ser recolhidos com cuidado e sem contato direto, utilizando um recipiente com tampa ou sacola plástica, e encaminhados para análise. A UVZ pode ser acionada pelo telefone (19) 2515-7044, das 8h às 17h. Fora desse horário, o contato deve ser feito com a Defesa Civil, pelo número 199.
Campinas mantém ainda dois pontos fixos para recebimento de morcegos mortos sem contato com pessoas ou animais:
- Mata Santa Genebra (Rua Mata Atlântica, 447 – Barão Geraldo), de segunda a sexta, das 9h às 16h
- Bosque dos Jequitibás (Rua Pedro Álvares Cabral, 425 – Setor Veterinário), das 8h às 12h
Dados e ações de vigilância
Entre 2020 e 2024, Campinas investigou 4.899 casos de morcegos com comportamento suspeito, mantendo uma média de 2% de positividade. O município faz parte da estratégia estadual de vigilância ativa da raiva, que inclui ações de educação, recolhimento e análise laboratorial.
Autoridades reforçam que não há regiões específicas de maior risco, mas sim situações que aumentam a exposição, como tentar capturar ou alimentar animais silvestres, entre eles saguis e gambás, que também podem portar o vírus.