RETRUCOU

Moraes ameaça prender Aldo Rebelo por desacato durante depoimento

Por | da Redação
| Tempo de leitura: 2 min
Reprodução/Wilson Dias/Agência Brasil
“Se o senhor não se comportar, vou lhe prender por desacato', disse Moraes ao ex-ministro da Defesa.
“Se o senhor não se comportar, vou lhe prender por desacato', disse Moraes ao ex-ministro da Defesa.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), repreendeu e ameaçou prender o ex-ministro da Defesa e ex-presidente da Câmara, Aldo Rebelo, durante depoimento nesta sexta-feira (23), no âmbito da ação que apura a tentativa de golpe de Estado para manter Jair Bolsonaro no poder.

Leia mais: Em depoimento, Mourão nega participação em reunião golpista

Rebelo foi ouvido como testemunha de defesa do ex-comandante da Marinha, almirante Almir Garnier. Durante a oitiva, foi questionado se Garnier teria colocado tropas à disposição do então presidente, numa eventual adesão à trama golpista.

Em resposta, Rebelo buscou fazer uma análise semântica, afirmando que expressões como “estar à disposição” não devem ser interpretadas literalmente. “Quando alguém diz que ‘estou frito’, não significa que está dentro de uma frigideira”, exemplificou.

A tentativa de explicação irritou Moraes, que interveio: “O senhor estava na reunião quando o almirante Garnier disse a expressão? Então o senhor não tem condição de avaliar a língua portuguesa naquele momento. Atenha-se aos fatos”.

Rebelo rebateu: “Em primeiro lugar, a minha apreciação da língua portuguesa é minha e eu não ito censura”.

Diante da resistência, Moraes endureceu: “Se o senhor não se comportar, o senhor será preso por desacato”.

“Estou me comportando”, respondeu Rebelo.

“Então se comporte e responda à pergunta”, retrucou o ministro.

O depoimento ocorreu no mesmo dia em que a Primeira Turma do STF começou a ouvir as testemunhas de defesa de outros réus, como o deputado federal Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin, e o general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil.

As oitivas fazem parte da ação que investiga a articulação golpista liderada por aliados de Bolsonaro após a derrota nas eleições de 2022. Entre os que já depam estão o ex-comandante do Exército, general Freire Gomes, e o ex-comandante da Aeronáutica, brigadeiro Baptista Júnior; ambos confirmaram a existência do plano para manter Bolsonaro no poder.

*Com informações da CNN e G1

Comentários

Comentários