Nos últimos anos, as chamadas “ligações fantasmas” se tornaram uma ameaça silenciosa, porém constante, para milhões de brasileiros. Esses contatos telefônicos, geralmente com duração de poucos segundos e sem qualquer fala do outro lado da linha, têm origem em sistemas automatizados operados por criminosos e representam uma etapa crucial na engenharia social utilizada para aplicar golpes cada vez mais sofisticados.
Como esses dados são obtidos?
Esses dados podem ser adquiridos de diversas maneiras: vazamentos de bases de dados, compras de informações em fóruns ilegais, brechas em aplicativos e sites com pouca segurança ou até mesmo por meio de interações descuidadas nas redes sociais. Muitas vezes, os criminosos conseguem nome completo, F, número de telefone, endereço e até informações bancárias.
Como os criminosos agem?
Uma vez de posse dessas informações, os golpistas utilizam robôs para realizar ligações automáticas em massa. Essas chamadas geralmente não têm uma conversa real: o telefone toca, a vítima atende, há silêncio ou ruídos desconexos, e a chamada é encerrada rapidamente. O objetivo não é enganar a vítima nesse momento, mas sim confirmar que aquele número está ativo, que há uma pessoa real do outro lado e validar os horários em que ela costuma atender ao telefone.
Em alguns casos, os bots simulam uma central de atendimento para induzir a vítima a responder “sim” ou “não”, o que pode ser posteriormente manipulado em fraudes, como autorizações falsas ou adesão a serviços.
Quais os riscos?
Uma vez validado o número e o comportamento da vítima, os criminosos podem usar essas informações para aplicar golpes mais elaborados, como:
- Clonagem de WhatsApp: ao saber que um número está ativo, podem tentar á-lo para, enganar contatos e obter transferências, ou ainda tentar o o irregular para ar serviços que utilizam o telefone como segundo fator de autenticação..
- Phishing por telefone (vishing): fingem ser bancos, operadoras ou empresas conhecidas para obter senhas e dados confidenciais.
- Roubo de identidade: com dados suficientes, podem abrir contas, solicitar cartões de crédito e realizar compras em nome da vítima.
Como se Proteger
Embora não seja possível eliminar completamente o risco, algumas medidas podem reduzir consideravelmente a exposição a esse tipo de ameaça:
- Cuidado com dados pessoais: evite fornecer informações em sites não confiáveis ou publicamente nas redes sociais.
- Não interaja com chamadas suspeitas: se atender uma ligação e não ouvir nada, desligue imediatamente. Nunca diga “sim” ou "não” e jamais forneça qualquer dado pessoal.
- Denuncie e registre ocorrências: comunicar à Anatel ou ao Procon ajuda a rastrear e coibir práticas abusivas. Em caso de golpe, registre boletim de ocorrência.
- Habilite a verificação em duas etapas: principalmente em aplicativos bancários, redes sociais e WhatsApp, para evitar clonagens.
Em caso de dúvidas, procure um profissional da sua confiança para receber orientações adequadas.
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