PRESENTE ANÔNIMO

Bebê de 8 meses morre após comer açaí envenenado

Por | da Redação
| Tempo de leitura: 2 min
Reprodução/G1
Laudo confirma presença de substância tóxica no alimento.
Laudo confirma presença de substância tóxica no alimento.

A Polícia Civil do Rio Grande do Norte apura a morte da bebê Yohana Maitê Filgueira Costa, de 8 meses, após consumir açaí supostamente envenenado junto com a prima Geisa de Cássia Tenório Silva, de 50 anos, que também foi intoxicada. O caso aconteceu em Macaíba, na Grande Natal, no mês de abril, mas a confirmação do envenenamento foi divulgada apenas nesta segunda-feira (5), informou o Metrópoles.

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Segundo a investigação, a sobremesa foi entregue à casa de Geisa por um entregador, como parte de uma sequência de presentes recebidos anonimamente ao longo de três dias. Em 14 de abril, Geisa dividiu o açaí com a bebê, que era sua sobrinha de criação e prima de segundo grau. Cerca de 40 minutos depois, Yohana ou mal e foi levada para uma Unidade de Pronto Atendimento, onde não resistiu. Geisa também apresentou sintomas, mas a princípio os familiares acreditaram que se tratava de uma reação emocional à perda da criança.

No dia seguinte, enquanto a família organizava o velório da bebê, outro pote de açaí foi entregue. Geisa consumiu novamente o alimento e, pouco depois, teve um agravamento no quadro clínico. Ela foi socorrida às pressas, precisou ser entubada e ou 15 dias na UTI do Hospital Regional de Macaíba. Desde a última semana, está internada na enfermaria, acordada, consciente e em recuperação.

O laudo pericial detectou substâncias tóxicas em amostras do açaí recolhidas na casa da vítima, mas polícia não divulgou quais. A principal hipótese investigada é de que o produto tenha sido adulterado intencionalmente, possivelmente na granola que acompanha a sobremesa. Uma terceira pessoa, grávida, chegou a provar o açaí sem a granola e não apresentou sintomas, o que reforça a suspeita de que a contaminação estava restrita a esse ingrediente.

A sequência de entregas anônimas, que incluiu chocolates, bilhetes com mensagens românticas e ursos de pelúcia, levantou suspeitas entre os familiares, que acreditam que um ex-namorado de Geisa possa estar envolvido.

Apesar da confirmação de veneno no alimento, a causa oficial da morte da criança ainda não foi atestada. Segundo nota da Polícia Civil, a bebê não ou por exame de necropsia no Instituto Técnico-Científico de Perícia (Itep), o que impede, por enquanto, a conclusão definitiva sobre o óbito.

Yohana foi sepultada no dia 16 de abril no Cemitério Bom Pastor II, em Natal. O caso segue sob investigação e, até o momento, ninguém foi preso.

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