TRANSMISSÃO

É possível pegar gripe aviária ao comer frango e ovos?

Por | da Redação
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Reprodução/Manny Becerra/Unsplash
A principal forma de contágio humano é o contato direto e desprotegido com aves infectadas ou superfícies contaminadas por suas secreções ou fezes.
A principal forma de contágio humano é o contato direto e desprotegido com aves infectadas ou superfícies contaminadas por suas secreções ou fezes.

Apesar do avanço da gripe aviária nas Américas e da confirmação de casos em aves silvestres no Brasil, especialistas reforçam que não há risco de infecção pelo consumo de carne de frango ou ovos cozidos. A transmissão para humanos ocorre, principalmente, por contato direto com aves doentes ou ambientes contaminados, e continua rara.

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A Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP), causada pelo vírus A(H5N1), tem afetado aves e mamíferos em países como Estados Unidos, Chile, Equador e, desde 2023, também no Brasil.

O vírus ainda não infecta seres humanos com facilidade, e quando isso ocorre, geralmente não há transmissão sustentada entre pessoas. O preparo adequado de alimentos, como cozimento completo da carne e ovos, elimina o vírus, tornando o consumo seguro, segundo o Ministério da Saúde e a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA).

Sintomas em humanos

Nos raros casos em que há infecção humana, os sintomas iniciais incluem febre alta, tosse e falta de ar. Podem surgir também dor de garganta, coriza, náusea, vômito e diarreia. Casos graves podem evoluir rapidamente para pneumonia, insuficiência respiratória, falência de órgãos ou até óbito. Outros sinais, como dor abdominal, sangramento nasal e encefalite, também foram registrados em pacientes.

Diagnóstico

A confirmação da doença é feita por coleta de secreção nasofaríngea, que deve ser enviada a laboratórios especializados, como os centros da Fiocruz, Instituto Adolfo Lutz e Instituto Evandro Chagas, credenciados pela OMS. O material precisa ser mantido refrigerado (4ºC) até o envio, seguindo protocolos rígidos de biossegurança.

Tratamento

O tratamento indicado é o antiviral fosfato de oseltamivir, que deve ser istrado preferencialmente nas primeiras 48 horas após o início dos sintomas, podendo ainda ser útil em casos mais tardios. A medicação é oferecida pelo SUS e pode reduzir a gravidade da doença, tempo de internação e necessidade de ventilação mecânica. O tratamento dura, em geral, cinco dias, mas pode ser estendido conforme o quadro clínico do paciente.

Prevenção

O risco à saúde humana está relacionado principalmente à exposição direta a aves infectadas. A recomendação para a população é evitar contato com aves doentes ou mortas, inclusive silvestres, e comunicar imediatamente as autoridades de saúde ou meio ambiente em caso de suspeita. Para trabalhadores rurais ou profissionais com contato frequente com animais, o uso de equipamentos de proteção individual (EPI) é essencial.

Em resumo: o vírus da gripe aviária não é transmitido pelo consumo de carne de frango ou ovos, desde que estejam devidamente cozidos. A preocupação maior ainda é a exposição direta a animais infectados, não os alimentos.

*Com informações do Ministério da Saúde, OMS e OMSA.

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