SUS

Bebê com atrofia muscular recebe remédio de R$ 7 mi na Unicamp

Por Flávio Paradella | Especial para a Sampi Campinas
| Tempo de leitura: 2 min
Divulgação
HC da Unicamp aplica Zolgensma, remédio de R$ 7 milhões para  Atrofia Muscular Espinhal, pela primeira vez no Estado.
HC da Unicamp aplica Zolgensma, remédio de R$ 7 milhões para Atrofia Muscular Espinhal, pela primeira vez no Estado.

Hospital de Clínicas da Unicamp, em Campinas, realizou na manhã desta terça-feira (20) a primeira aplicação do medicamento Zolgensma no Estado de São Paulo. A dose foi istrada em uma criança com Atrofia Muscular Espinhal (AME), dentro dos critérios estabelecidos pelo SUS (Sistema Único de Saúde), que agora oferta gratuitamente o tratamento para bebês com até seis meses diagnosticados com a doença.

  • Clique aqui para fazer parte da comunidade da Sampi Campinas no WhatsApp e receber notícias em primeira mão.

Com custo estimado em R$ 7 milhões por dose, o Zolgensma é considerado o medicamento mais caro do mundo e representa uma das maiores inovações na área de terapia gênica. Ele substitui a função do gene SMN1, ausente ou defeituoso nas crianças com AME, em uma única aplicação.

Segundo o neurologista Felipe Franco da Graça, membro da equipe de doenças neuromusculares do HC, esse é um marco para a saúde pública no país: “É a primeira aplicação no Estado e a terceira no Brasil feita pelo SUS. Isso nos coloca no mesmo patamar de países desenvolvidos como França, Alemanha e Reino Unido”, afirmou.

O medicamento foi incorporado ao SUS por meio de um Acordo de Compartilhamento de Risco com a fabricante. O Brasil tornou-se o sexto país do mundo a incluir o Zolgensma no sistema público.

Acompanhamento de cinco anos

Apesar de ser uma aplicação única, o tratamento exige monitoramento rigoroso por até cinco anos, especialmente nos primeiros meses após a infusão, devido aos riscos de efeitos adversos hepáticos e hematológicos. Todos os acompanhamentos clínicos continuarão sendo realizados no HC da Unicamp.

Além do Zolgensma, o SUS já oferece outros dois medicamentos para AME: nusinersena e risdiplam, ambos de uso contínuo, que ajudam a retardar a progressão da doença, mas não oferecem a abordagem curativa da terapia gênica.

Como ter o ao tratamento

As famílias de crianças com suspeita de AME devem procurar um dos 36 centros especializados do SUS, entre eles o HC da Unicamp, para avaliação clínica. Caso os critérios de elegibilidade sejam cumpridos, o processo para infusão do medicamento é iniciado pela equipe médica.

Atualmente, 31 centros já estão aptos para realizar o procedimento — 22 deles, como o HC da Unicamp, já habilitados, e nove em fase final de capacitação. Os serviços estão espalhados por estados como São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Ceará, Pernambuco, Paraná e o Distrito Federal.

O que é a AME?

A Atrofia Muscular Espinhal é uma doença genética rara que afeta a capacidade do corpo de produzir a proteína essencial à sobrevivência dos neurônios motores. Isso compromete movimentos básicos como respirar, engolir e se mover. Sem tratamento, a doença pode levar à morte antes dos dois anos de idade.

Comentários

Comentários