Um tumulto causado na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Bela Vista pela demora no atendimento de pacientes na terça-feira (20) evidencia que, apesar de algnus avanços, a problemática em torno da saúde municipal ainda é ponto sensível ao governo Suéllen Rosim (PSD).
Na terça, usuários da UPA Bela Vista relataram espera de até cinco horas para serem atendidos. Um vídeo que circulou pelas redes sociais mostrou uma paciente visivelmente irritada com a demora e cobrando agilidade. Na gravação, outros usuários aplaudem a atitude da mulher. Segundo o vereador Júnior Lokadora (Podemos), que esteve presencialmente na unidade na noite de terça, havia apenas dois médicos para atender pacientes que buscavam atendimento - entre os quais 40 crianças. "Desumano", resumiu.
Mais tarde, pelas redes sociais, a prefeita Suéllen afirmou que "as quatro UPAs de Bauru estão registrando volume atípico de pacientes, o que tem gerado aumento no tempo de espera. A demanda está concentrada em atendimentos pediátricos, sobretudo em decorrência de quadros respiratórios em crianças".
Ainda de acordo com a mandatária, "todas as unidades seguem com o quadro completo de médicos, tanto na área adulta quanto na pediátrica. Até o momento, já foram atendidos 1.404 adultos e 407 crianças, números significativamente superiores à média habitual" - cujos índices, porém, não foram divulgados.
Em seguida, a prefeita citou também a ampliação nos horários de atendimento de Unidades Básicas de Saúde e nas Unidades de Saúde da Família para depois mencionar que "na UPA Mary Dota estamos finalizando as obras de reforma e ampliação, e em breve a unidade contará com atendimento pediátrico".
O problema nas UPAs, porém, permanece — e apontamentos nesse sentido partem também da base governista.
No início de maio, por exemplo, diligência da Comissão de Fiscalização e Controle, presidida pelo ex-líder de governo Miltinho Sardin (PSD), concluiu que um dos problemas em torno da UPA Bela Vista está na falta de uma triagem eficiente - o que acarreta a superlotação.
Em 12 de maio, por sua vez, o vereador André Maldonado (PP) fez duras críticas à demora no atendimento nas UPAs e disse que esta é uma questão urgente à istração.
Apontamentos nesse sentido contrastam com um plano revelado pelo governo em abril de 2023 que previa ampla reforma no sistema de saúde municipal.
Anunciada pela ex-secretária Giulia Puttomatti, a proposta previa transformar o antigo Posto Avançado Covid-19 (PAC) na chamada Unidade de Referência Bauru (URB), com sete leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), outros dois de estabilização, além de 10 leitos de retaguarda ortopédica.
Já com relação ao Pronto Socorro Central (PSC), a secretária disse na época que a intenção da pasta era criar entre 20 a 30 leitos de enfermaria. Nenhuma dessas iniciativas se concretizou até agora, assim como o projeto do governo para construir um Hospital Municipal.
14 mil exames: pregão concluído
O governo Suéllen Rosim (PSD) homologou na metade de abril uma licitação para contratar cerca 14 mil exames que vão de endoscopia à ultrassonografia. A medida foi anunciada pela prefeita nas redes sociais na segunda-feira (19). A homologação da licitação ocorre dois anos após as primeiras tratativas, que começaram na Câmara a partir de uma emenda dos então vereadores Coronel Meira (Novo), Eduardo Borgo (Novo) e Júnior Lokadora (Podemos) ao Orçamento de 2023. A princípio a emenda realocou R$ 2,8 milhões em recursos para contratar cirurgias eletivas, mas a Saúde negociou alocar o recurso em exames.
Pelas redes sociais, a Suéllen afirmou que a istração também injetou recursos para complementar a emenda dos vereadores e que os exames vão ajudar a reduzir a longa fila de pacientes que esperam pelos procedimentos - o que atinge também as filas registradas no âmbito estadual.