A defesa do presidente Augusto Melo ofereceu recurso extraordinário ao Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar barrar o processo de impeachment que corre contra ele no Corinthians. A votação no clube, que tem como ponto central o caso Vai de Bet, está marcada para o dia 26 de maio. 1c5s5j
Ricardo Cury, advogado de defesa de Melo, afirmou que busca as esferas superiores após constatar uma "série de ilegalidades" no processo de destituição do mandatário.
Segundo o jurista, essas irregularidades foram praticadas por Romeu Tuma Jr., presidente do Conselho Deliberativo (CD) do clube, que "atropelou" fases do estatuto regimental.
Augusto vem tentando derrubar a votação do impeachment desde 2024, quando conseguiu através de uma liminar suspender a reunião do dia 2 de dezembro. Na sequência, o recurso de Tuma suspendeu a decisão.
De lá para cá, foram mais duas tentativas em tribunais de São Paulo e, diante das negativas, buscará a última instância da Justiça brasileira.
Inclusive, Augusto vem ensaiando uma aproximação política com ministros do STF. Na última quinta-feira, ele se reuniu com Alexandre de Morais, Flávio Dino e Gilmar Mendes, em agenda institucional em Brasília, a fim de "discutir melhorias para o futebol brasileiro".
Procurado pela reportagem, Romeu Tuma disse ter convicção da lisura do processo, mas afirmou que o dirigente tem o direito de buscar os "recursos que julgar pertinentes" na Justiça.
"Como todo cidadão em um processo democrático, o presidente Augusto Melo tem o direito de buscar os recursos que julgar pertinentes, assim como já o fez anteriormente, ainda que tenhamos a convicção da absoluta lisura dos atos do Conselho, todos chancelados pela Justiça ao negar os inúmeros recursos tentados até agora", afirmou Tuma, em nota enviada à reportagem.
AUGUSTO PODE SER AFASTADO POR 'GESTÃO TEMERÁRIA'
Ainda que consiga derrubar a reunião marcada para o dia 26, Augusto ainda poderá ser afastado por "atos de gestão temerária", principalmente por conta da reprovação de contas do seu primeiro ano de gestão.
O Conselho estuda a possibilidade diante das denúncias recentes, inclusive por notas fiscais de peças da Nike não contabilizadas no sistema integrado do clube.
A possibilidade ganhou força nos bastidores, mas diante da crise política, os órgãos internos aguardam o resultado da votação do Conselho para que não haja qualquer litígio no caso.