OPINIÃO

Só eu que não acho graça?

Por Tatiana Calmon |
| Tempo de leitura: 1 min

Vejamos: do cruzamento assexuado entre uma boneca inflável e um pênis de borracha, nasceu um bebê reborn — e uma imensa massa de idiotas, que segue essa pauta fraudulenta, recheada de fakes e silicone ideológico. Só se fala no bebê reborn e no remake da novela.

Enquanto isso, Bauru segue sem rede de esgoto, com parentes aboletados em cargos estratégicos. Faltam vagas nas escolas municipais, e metade das casas da cidade está com as torneiras secas. E a Câmara virou uma confraria a serviço da exploração.

O governo do Estado continua operando sua eficiente máquina de moer pobres, e o índice de jovens da periferia mortos pela PM sobe mais que o dólar — sem direito a manchete, sem direito à vida.

Aposentados e pensionistas seguem sendo assaltados a cada novo governo. A tabela do imposto de renda segue congelada no tempo — mas os descontos não. Reforma da previdência? Da CLT? Enterradas sob o silêncio conveniente da mídia.

Segue o teatro: prosopopeia flácida para acalentar bovinos — e o assassino inelegível continua solto, vociferando ódio com o microfone aberto e o Judiciário calado.

Enquanto isso, o genocídio do povo palestino é transmitido ao vivo, com apoio dos mesmos fabricantes da boneca inflável, do pau de borracha e dos bebês reborn — que servem, basicamente, para desviar a atenção do que importa.

Vivemos uma era de burrice coletiva — artificial e natural. Uma demência estruturada, a serviço dos poderosos.

Mas tá tudo bem.

Vai ter live de influencer mamando microfone e rindo de todos.

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