DENÚNCIA ACEITA

Moraes também será relator de inquérito contra Eduardo Bolsonaro

Por | da Redação
| Tempo de leitura: 3 min
Reprodução/Segundo News
Moraes já conduz todos os processos relacionados ao ex-presidente Jair Bolsonaro, incluindo a investigação sobre a tentativa de golpe de Estado.
Moraes já conduz todos os processos relacionados ao ex-presidente Jair Bolsonaro, incluindo a investigação sobre a tentativa de golpe de Estado.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), assumirá a relatoria de mais um caso envolvendo a família Bolsonaro: o inquérito aberto nesta segunda-feira (26) contra o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). Moraes já conduz todos os processos relacionados ao ex-presidente Jair Bolsonaro, incluindo a investigação sobre a tentativa de golpe de Estado.

Leia mais: PGR pede que STF investigue Eduardo Bolsonaro

Conduta de Moraes em depoimentos tem respaldo interno no STF

Moraes e Gilmar têm rendimentos turbinados por penduricalhos

EUA ameaçam sancionar Moraes após embates com Musk e Bolsonaro

A decisão foi tomada pelo presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, que encaminhou o caso para Moraes, relator natural dos processos sobre ataques às instituições e tentativa de ruptura democrática.

A PGR aponta que Eduardo Bolsonaro atua para pressionar o governo dos Estados Unidos a impor sanções contra ministros do Supremo, membros do Ministério Público e da Polícia Federal. Segundo o procurador-geral da República, Paulo Gonet, o parlamentar estaria tentando interferir nos processos que envolvem seu pai, Jair Bolsonaro, acusado de liderar uma organização criminosa com o objetivo de romper com a ordem democrática.

O inquérito se baseia em declarações públicas de Eduardo, feitas principalmente em redes sociais e entrevistas, nas quais ele ite trabalhar para que autoridades brasileiras sejam alvo de punições internacionais. Entre as medidas defendidas por ele estão o bloqueio de bens, a cassação de vistos e restrições comerciais a ministros do STF.

O procurador pediu o monitoramento das publicações de Eduardo e a oitiva do ex-presidente Jair Bolsonaro, que, segundo ele, financia a permanência do filho nos Estados Unidos.

A iniciativa da PGR foi motivada por uma representação do deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), líder do PT na Câmara, que classificou a atuação de Eduardo como “traição” ao país.

O caso ganhou ainda mais repercussão após declaração do secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, que confirmou, em audiência na Câmara dos Representantes dos EUA, que o governo avalia impor sanções ao ministro Alexandre de Moraes-- uma articulação que, segundo reportagens e falas de Eduardo, teria contado com sua atuação direta.

Principais investigações e processos sob relatoria de Alexandre de Moraes:

1. Tentativa de golpe de Estado

Jair Bolsonaro foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por liderar uma organização criminosa que planejou um golpe de Estado para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva em 2023. A denúncia inclui crimes como tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa armada. A Primeira Turma do STF, acompanhando o voto de Moraes, aceitou a denúncia, tornando Bolsonaro réu.

2. Inquérito das milícias digitais

Este inquérito investiga a atuação de grupos organizados na disseminação de desinformação e ataques às instituições democráticas. A investigação revelou planos que incluíam o assassinato de autoridades, como o ministro Alexandre de Moraes e o presidente Lula. Bolsonaro é apontado como beneficiário dessas ações e teve seu depoimento incluído no processo.

3. Inquérito das fake news

Iniciado para apurar a disseminação de notícias falsas e ataques ao STF, este inquérito também está sob a relatoria de Moraes. Bolsonaro e aliados são investigados por promoverem campanhas de desinformação contra as instituições democráticas.

4. Investigação sobre interferência na Polícia Federal

O Inquérito 4831 apura denúncias de que Bolsonaro tentou interferir politicamente na Polícia Federal para proteger familiares e aliados. A investigação foi motivada pelas acusações do ex-ministro da Justiça Sergio Moro.

Comentários

Comentários