BLITZE ELEIÇÕES 2022

Ex-PRF ite ordens de parada, mas nega intenção de impedir voto

Por | da Redação
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Reprodução/X
Segundo Moura, a prática de fiscalizar ônibus em períodos eleitorais é comum dentro das atividades da PRF.
Segundo Moura, a prática de fiscalizar ônibus em períodos eleitorais é comum dentro das atividades da PRF.

Djairlon Henrique Moura, ex-diretor de Operações da Polícia Rodoviária Federal (PRF), afirmou em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira (27) que as blitze realizadas em ônibus durante o segundo turno das eleições de 2022 foram determinadas pelo Ministério da Justiça, mas negou que tivessem como objetivo direcionar a fiscalização ou impedir votos.

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Segundo Moura, a prática de fiscalizar ônibus em períodos eleitorais é comum dentro das atividades da PRF. Ele reconheceu que as operações focaram em veículos que saíam de São Paulo em direção ao Nordeste, mas negou que houvesse qualquer tipo de seletividade política.

“O foco sempre foi verificar a legalidade do serviço de transporte. Em mais de 60% dos casos, as abordagens duraram menos de 15 minutos. As fiscalizações ocorreram, sim, mas dentro da normalidade”, declarou Moura, acrescentando que a decisão pelas operações teve respaldo jurídico da Advocacia-Geral da União (AGU).

Indiciado pela Polícia Federal (PF) por desobediência, prevaricação e omissão, Moura é investigado por suposta participação em ações que, segundo a PF, teriam buscado dificultar o o de eleitores às urnas no Nordeste. Por ser indiciado, teve o direito de permanecer em silêncio, mas optou por responder às perguntas.

Ele também destacou que as operações foram iniciadas antes da decisão do então presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, que proibiu a realização das blitze no dia da eleição. De acordo com Moura, as ações se concentraram ao longo de sete dias, até 27 de outubro de 2022.

O depoimento de Moura ocorreu no âmbito do processo que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado, na qual o ex-ministro da Justiça Anderson Torres é réu, ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Na mesma audiência, o delegado da PF Braulio do Carmo Vieira, que atuou no Ministério da Justiça sob a gestão de Torres, também foi ouvido como testemunha de defesa. Vieira revelou que Torres foi chamado pessoalmente por Bolsonaro para participar de uma live em julho de 2021, na qual o então presidente fez alegações infundadas sobre fraudes nas urnas eletrônicas.

“Houve desconforto, pois Torres não dominava tecnicamente o tema. Por isso, pediu que sua equipe reunisse documentos para subsidiar sua participação”, relatou o delegado.

As oitivas integram a fase de instrução do processo conduzido por Alexandre de Moraes.

*Com informações do Metrópoles

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