
Às vezes, tudo o que precisamos é de um pequeno impulso. Um o suave. Um movimento leve, mas cheio de intenção. A ciência confirma aquilo que o coração já sussurra: mover-se é uma forma de cuidar de si. Um estudo amplo e sensível, realizado por Moore e colaboradores em 2016, reuniu dados de 1,44 milhão de pessoas e revelou algo profundamente tocante, a prática regular de atividade física está associada à redução do risco de pelo menos 13 tipos de câncer, entre eles esôfago, fígado, rins, estômago, endométrio, leucemia mieloide, mieloma, cólon, reto, cabeça e pescoço, bexiga e mama.
Essa pesquisa, publicada no prestigiado JAMA sob o título “Association of Leisure-Time Physical Activity With Risk of 26 Types of Cancer in 1.44 Million Adults”, ofereceu não apenas estatísticas, mas esperança. Porque em um mundo que às vezes parece sobrecarregado de urgências, saber que uma simples caminhada, uma dança na sala ou uma corrida ao amanhecer pode transformar nosso destino biológico é quase poético.
E mais bonito ainda: o estudo reforça que mesmo quantidades modestas de exercício já são capazes de gerar efeitos positivos. Não é preciso correr maratonas ou viver na academia.O importante é sair do sedentarismo! O corpo, esse organismo sensível e inteligente, responde com gratidão aos pequenos gestos. E quando esses gestos se tornam hábito, o impacto se amplifica.
Atividades físicas de maior intensidade, é claro, tendem a gerar benefícios ainda mais expressivos. Mas isso não significa que você precise fazer tudo de uma vez. O mais importante é começar. Permitir-se sentir o corpo, ouvir os batimentos do coração como se fossem música. Porque são.
Essa descoberta também ressignifica o conceito de autocuidado. Não se trata apenas de estética, performance ou disciplina, embora tudo isso possa vir como consequência. Trata-se de preservar a existência. Cuidar do corpo como quem cuida de uma casa onde habita algo sagrado. Porque, afinal, é isso que ele é.
Então, talvez possamos pensar no exercício físico não como uma obrigação, mas como uma declaração de amor à vida. Uma carta silenciosa que o corpo escreve todos os dias dizendo: “eu quero estar aqui, por mais tempo, com mais saúde, com mais presença.” E o exercício te torna mais longevo!
Compartilhar esse conhecimento é um gesto de empatia. É estender a mão e dizer: “você também pode”. Pode sentir-se melhor. Pode viver melhor. E isso começa com um o. Um pequeno o em direção a si mesmo. Até a próxima!
Rogério Cardoso é personal trainer e preparador físico, membro da Sociedade Brasileira de Personal Trainer SBPT e da World Top Trainers WTTC.