
Uma mulher de 37 anos morreu na madrugada do último domingo (18), na Santa Casa de Cruzeiro, após vir transferida de Bananal em estado grave. A família denuncia que Kelsy Tamirez dos Santos, que era esposa e mãe de três filhos, foi vítima de negligência médica em Bananal.
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Após a denúncia, o prefeito da cidade, William Landim da Silva (Republicanos), afastou preventivamente o médico que atendeu a paciente e o secretário de Saúde de Bananal, enquanto o caso é investigado.
“Como medida imediata, determinei o afastamento do médico e do secretário de Saúde até a conclusão da apuração. A Prefeitura segue colaborando integralmente para que todos os fatos sejam esclarecidos”, disse o prefeito.
Segundo a família, Kelsy, que era diabética, ou mal na semana ada e procurou a unidade básica de saúde de Bananal, tendo sido medicada. Ela voltou para a casa e, no último sábado (17), voltou a ar mal e procurou novamente o pronto-socorro municipal. Na ocasião, ela foi levada pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), segundo a família.
“Ela não estava conseguindo andar direito, muito cansada. Chegando ao pronto-socorro, o médico diagnosticou que ela estava com uma pneumonia grave e a medicou. Ela estava com taquicardia. Ela foi medicada e mandada de volta para casa”, contou uma familiar de Kelsy.
Quadro grave.
No entanto, ela continuou ando mal e voltou ao pronto-socorro na noite de sábado, com um quadro ainda mais grave. Segundo a família, o médico da unidade não teria dado o e necessário para atender Kelsy. “Foi um caso de negligência com ela, porque o médico que a atendeu não soube dar o e para ela”, disse uma familiar.
“O monitor travou e o médico socou o monitor, falando assim: ‘Com esse monitor, até eu tô morrendo’. Ele não soube fazer a conduta médica. As enfermeiras foram muito atenciosas, tentaram ajudar no caso”, disse a familiar.
“Ele não tinha medicação que ele queria no momento. Mas tinha outra medicação que poderia reverter o quadro dela, porém, a conduta médica, ele não fez a conduta que deveria ter feito com a minha irmã”, afirmou a parente.
Transferência.
Sem melhorar, Kelsy foi transferida para a Santa Casa de Cruzeiro em estado gravíssimo. No caminho, segundo a família, ela teria tido problema com o oxigênio na ambulância. “O meu cunhado relatou que teve uma hora que o oxigênio estava soltando. Não estava dando vazão. O médico olhou e falou: ‘Deve ter acabado o cilindro de oxigênio’. Isso é ou não é uma negligência médica?”, questionou a familiar.
Ainda segundo a família, ao dar entrada em Cruzeiro, o médico que atendeu Kelsy teria dito que se tratava de um caso de negligência médica. “Eles encharcaram sua irmã de medicação sem necessidade”, disse o médico, de acordo com o relato da familiar.
Kelsy morreu na madrugada de domingo (18), às 3h54, após paradas cardíacas sucessivas. O atestado de óbito registra choque cardiogênico, sepse e diabetes como causas da morte. Ela era viúva do primeiro marido e casada pela segunda vez, com três filhos, de 2, 9 e 16 anos.
Justiça.
A família disse que quer justiça para a morte de Kelsy, que teria sido vítima de negligência médica. “A gente quer justiça. Não é a primeira vez que o hospital de Bananal faz essa negligência. A gente está recorrendo para todos os lados, porque a matéria já repercutiu. E amanhã a gente vai fazer uma manifestação”, disse a familiar.
Em vídeo divulgado nas redes sociais, o prefeito de Bananal disse que “tudo o que couber à istração pública será feito para apuração de todos os fatos e apoio à família. Estivemos com a mãe, o esposo e a irmã e ouvindo eles sobre o que aram naquele dia”.
William afirmou que depois de coletar todas as informações sobre o caso, o relatório será encaminhado ao Ministério Público e à Câmara de Bananal. “Não ficará nada impune. Quem for responsável será penalizado dentro do rigor da lei”, disse o prefeito.
O médico acusado de negligência não foi localizado para comentar a denúncia, tampouco o secretário de Saúde afastado. O espaço segue aberto.