
A diretoria da Associação Paulista de Medicina (APM) Bauru recebeu em sua sede médicos do município de Agudos (13 quilômetros de Bauru), nesta quarta-feira (21), para ouvir os protestos dos profissionais em relação à redução do valor do pagamento dos plantões. Eles foram recebidos pela presidente da Regional, Lucineri Maria Bicarato Turra; pelo presidente da 7ª. Distrital da APM, José Eduardo Marques; e pelo diretor de Comunicações da instituição, Marcos Cabello dos Santos.
A situação vem culminando na saída dos especialistas da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Agudos, ocasionando falta de médicos e lotação do estabelecimento. Tal circunstância se deu no início deste mês, quando a prefeitura de Agudos rompeu o contrato com a então instituição responsável pelo gerenciamento da unidade e contratou, em caráter emergencial, o Instituto Campinas de Atenção e Assistência à Saúde, Educação e Social (Icaases) para a função.
Segundo os profissionais, apesar de a nova gestão afirmar que manteria os honorários, no dia 9 de maio, comunicou que houve uma redução de 37,5% nos pagamentos – cenário que pegou os médicos de surpresa, uma vez que não houve acordo para a alteração.
Resolutividade
No intuito de fazer a situação chegar à Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, os médicos de Agudos procuraram a Associação Paulista de Medicina, expondo o que vem acontecendo e buscando o apoio da entidade para resolver o caso. Para Cabello, a redução dos honorários é alarmante, uma vez que afeta diretamente a qualidade do atendimento e prejudica a saúde prestada à população.
"A Associação vai acolher esses colegas e procurar dar a assistência jurídica. Se precisar, vamos levar a questão para o nosso secretário estadual da Saúde, Eleuses Paiva. A APM vê com muita preocupação a atuação de certas OSS (Organizações Sociais de Saúde), que criam uma verdadeira insegurança profissional, principalmente para os jovens médicos, aqueles que estão iniciando na profissão e, muitas vezes, não conseguiram completar o ciclo de especialização médica”, expôs o diretor da Associação ao Jornal da Cidade de Bauru.
Por vídeo, o presidente da APM, Antonio José Gonçalves, manifestou o apoio da instituição aos profissionais que estão sendo lesados. “Obviamente, esta situação não tem o aval da Associação Paulista de Medicina, muito pelo contrário, nós criticamos a decisão e nos colocamos à disposição, no sentido de oferecer apoio aos colegas de Agudos para que eles possam sentir a força de nossa entidade na Defesa Profissional", declarou.
"Esta é uma de nossas principais bandeiras, e podem contar conosco, tanto em nível local quanto estadual. Sintam-se apoiados, amparados. Vamos brigar ao lado de vocês para que mantenhamos a dignidade médica, não só no exercício da medicina, como também no recebimento de honorários compatíveis com a responsabilidade e a dignidade da nossa profissão", completou.
A Associação Paulista de Medicina informou que está acompanhando a situação atentamente e que se mantém disposta a oferecer todo e técnico e jurídico para a demanda dos médicos de Agudos, Bauru e todo o interior paulista.