
O Tribunal do Júri de Birigui decide, nesta quinta-feira (5), a partir das 9h, o destino de Lucas Matheus de Lima Queiroz, acusado de matar Eurico Valentim do Nascimento Júnior — conhecido como “Junin Lancheiro” — durante uma discussão no Bar Revoada, localizado na Praça Raul Cardoso, no bairro Jardim Pérola, em Birigui.
A sessão será presidida pela juíza Moema Moreira Ponce Lacerda. O Ministério Público será representado pelo promotor de Justiça Rodrigo Mazili Marcondes.
O crime ocorreu na madrugada de 10 de março de 2022, por volta das 2h31, e chocou a cidade. Segundo o inquérito policial, Eurico — usuário de entorpecentes e medicamentos controlados — chegou ao bar visivelmente alterado, consumiu uma dose de whisky Red Label com energético e, em seguida, envolveu-se em uma confusão.
Testemunhas relataram que, ao sair do bar, Eurico se aproximou de Lucas e iniciou uma discussão provocativa, dizendo frases como “Eu sou bandido, eu até o droga no cartão” e perguntando se Lucas estava armado. Em resposta, Lucas — que estava a cerca de 1,5 metro — teria sacado uma arma e disparado um tiro no rosto de Eurico, que caiu ao chão. Logo após, efetuou um segundo disparo, atingindo a nuca da vítima. O laudo necroscópico confirmou a morte por traumatismo cranioencefálico causado pelos projéteis.
O Ministério Público denunciou Lucas por homicídio qualificado, com base em motivo fútil e uso de recurso que dificultou a defesa da vítima, conforme previsto no artigo 121, parágrafo 2º, incisos II e IV, do Código Penal. Além da condenação, o MP requereu a fixação de indenização mínima aos familiares da vítima.
Defesa contesta
A defesa de Lucas, representada pelo advogado Jeronimo Junior, sustenta que há contradições no caso e nega a autoria do crime. “É um caso complexo. Não há certeza sobre a autoria; as testemunhas se contradizem. O acusado não conhecia a vítima. Ela chegou ao bar extremamente embriagada e sob efeito de drogas, provocando ao estacionar a motocicleta entre as mesas. Em certo momento, ouviram-se dois disparos, e a vítima foi atingida. Há testemunhos — inclusive protegidos — que apontam Lucas como autor, mas de forma contraditória, já que havia outras pessoas no local. Essa será nossa linha de defesa: não acreditamos que ele tenha participado da execução.”
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