BAURU

'Até quando?”, indaga Markinho após morte na lagoa da B. Olinda

Por André Fleury Moraes e Bruno Freitas | da Redação
| Tempo de leitura: 3 min
Cássia Peres/JC
O vereador Markinho Souza (MDB) cobra soluções
O vereador Markinho Souza (MDB) cobra soluções

Presidente da Câmara de Bauru, o vereador Markinho Souza (MDB) indagou nesta segunda-feira (5), em discurso na tribuna da Casa, até quando a istração vai postergar iniciativas em prol da segurança na lagoa da Quinta da Bela Olinda, onde mais uma morte por afogamento foi registrada no último final de semana.

A nova vítima, Jhonatas Matheus Lisboa, 26 anos, se afogou após entrar na lagoa na manhã de domingo (4). O Corpo de Bombeiros foi acionado por volta das 10h. O corpo acabou encontrado pouco depois, às 11h20, após buscas da equipe de mergulhadores.

Populares que não quiseram se identificar informaram às autoridades que a vítima tentou atravessar a lagoa nadando, de uma margem até a outra, mas submergiu durante a travessia e não mais voltou.

Jhonatas foi velado ainda no domingo na funerária Coração de Jesus, no Centro, e depois sepultado no Cemitério do Redentor.

Não foi a primeira vítima da lagoa, também conhecida como "Lagoa da Morte" justamente por ter vitimado mais de 100 pessoas ao longo da história, e nem será a última caso nada seja feito pelo poder público, disse o vereador Markinho.

"Esse assunto será falado hoje, talvez na semana que vem, para depois ser relembrado somente quando houver outra morte", criticou o presidente da Câmara, que há anos defende a criação de um parque naquele local. "Já vi inúmeros projetos arquitetônicos para aquela lagoa, mas falta a vontade política. Se não, não sai", acrescentou Markinho.

O presidente ite dificuldade de se implementar melhorias no local dada a baixa margem para novas despesas no orçamento - o que, porém, não é um impeditivo na sua avaliação. "Uma coisa é certa. Não tem recurso para fazer um parque ao redor da lagoa. Ainda assim vamos permitir que continue da forma como está?", questiona.

É uma questão de prioridades, argumentou. "Se não vai fazer, que venha a público e diga que não é prioridade. A pergunta é: salvar vidas é prioridade?", disse Markinho.

Não há outra alternativa que não o esvaziamento ou soterramento da lagoa, afirma o presidente da Câmara. "Pode até deixar o espelho d'água, sobretudo pela intenção de se construir um parque naquele local", sustenta.

Nesse sentido, sugeriu, uma das hipóteses envolve aproveitar a Associação dos Transportadores de Entulhos e Agregados de Bauru (Asten) para utilizar resíduos triturados da construção civil a fim de assorear a lagoa.

A lagoa

O local é apelidado por muitos de "lagoa da morte" pelas dezenas de vidas que foram perdidas ali e pelos desníveis perigosos que existem no fundo da represa.

Uma das explicações para tantos afogamentos são os perigosos desníveis que existem no fundo da água. Uma batimetria feita em 2019 aponta que, em um trecho a partir da margem da lagoa, a profundidade varia bruscamente de 23 centímetros para 5,60 metros. Em outro ponto, a oscilação vai de 54 centímetros para 6,72 metros. Já o ponto mais profundo chegava a 9,91 metros.

Contudo, ainda não há estimativa a curto prazo de haver intervenções para solução definitiva dos problemas, como a revitalização do espaço, aterramento do lago para reduzir a profundidade ou até o seu esvaziamento.

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