As vendas do varejo no Brasil seguiram em alta pelo terceiro mês seguido em março e renovaram o maior patamar da série histórica, embora tenham ficado abaixo do esperado. Em março, houve alta de 0,8% das vendas no varejo na comparação com o mês anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado levou o setor a atingir o maior nível da série iniciada em janeiro de 2000, superando o nível recorde anterior, de fevereiro de 2025. Mas ficou abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters de avanço de 1,0%. Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, houve recuo de 1,0% nas vendas, contra expectativa de queda de 0,5%.
Volume de serviços também ficou abaixo do esperado
O volume de serviços no Brasil voltou a crescer no final do primeiro trimestre, mas mostrou desaceleração e ficou ligeiramente abaixo do esperado em março, em um cenário de esperada desaceleração da economia e juros elevados. Em março, o volume de serviços registrou alta de 0,3%, em resultado que ficou pouco abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters de avanço de 0,4% e depois de crescimento de 0,9% em fevereiro. Segundo os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o setor acumulou ganho de 1,2% nos dois meses seguidos de altas, após recuo de 0,5% em janeiro, mas ainda está 0,5% abaixo do ponto mais alto de sua série, alcançado em outubro de 2024. Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o volume registrou expansão de 1,9%, contra expectativa de 2,1%.
Ata do COPOM
A Ata do Comitê de Política Monetária (Copom) mostra que o Comitê está desconfortável com a inflação e dependente das informações futuras para definir a direção dos juros ao longo do segundo semestre. O Comitê discutiu com detalhes as perspectivas para a economia internacional e seu impacto sobre o Brasil. Logo no início da Ata, o Comitê informou que o "cenário externo mostra-se adverso e particularmente incerto. "O choque de tarifas e o choque de incerteza, apesar de todas as tentativas de mensuração, ainda são de impacto bastante incerto". E acrescentou ser difícil calcular "a magnitude do impacto sobre a economia doméstica, que (...) parece menos afetada pelas recentes tarifas do que outros países, mas, por outro lado, é impactada por um cenário global adverso".
Ainda a ata: análise da economia brasileira
Na análise da economia brasileira, o Copom afirmou que "o mercado de trabalho tem dado bastante e ao consumo e à renda". Ao tratar das mudanças no crédito consignado, o Comitê disse esperar "uma alteração estrutural no mercado" que ocorrerá "por meio de uma elevação de renda disponível a partir da troca de dívidas", apesar de afirmar que "há muita incerteza sobre qual será o efeito total do programa, que ainda se encontra em período inicial".
O alerta do Copom sobre a questão fiscal
Para não deixar dúvidas de seu compromisso com a estabilidade fiscal, o Comitê "reforçou a visão de que o esmorecimento no esforço de reformas estruturais e disciplina fiscal (...) [podem] elevar a taxa de juros neutra da economia (...). O Comitê manteve a firme convicção de que as políticas devem ser previsíveis, críveis e anticíclicas (...) e evidenciou, novamente, a necessidade de políticas fiscal e monetária harmoniosas." O desconforto ficou claro e os juros se manterão elevados.
A projeção do rombo na previdência é alarmante
No epicentro de uma nova crise política por conta de descontos indevidos em benefícios de aposentados e pensionistas, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) preocupa economistas e a equipe econômica por outro motivo: sua sustentabilidade nas próximas décadas. Estimativas do governo que constam no projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2026, enviado pelo governo ao Legislativo, mostram que o rombo do INSS, sistema público que atende aos trabalhadores do setor privado, irá mais do que quadruplicar nos próximos 75 anos. Para 2025, a previsão é de que o déficit do INSS atingirá 2,58% do PIB, ou R$ 328 bilhões. Para 2100, a expectativa é de que o rombo totalizará 11,59% do PIB, ou R$ 30,88 trilhões. A comparação na proporção com o PIB é considerada mais apropriada por especialistas. A explicação para o forte crescimento do déficit do INSS é o envelhecimento da população brasileira, aliado à queda no número de nascimentos. Tema que precisa ser prioritário para as autoridades políticas.
Mude já, mude para melhor!
As práticas religiosas pregam a justiça e a moralidade, mas muitas vezes encontramos uma profunda contradição quando observamos a falta de justiça na política. Sempre é tempo para mudar. Mude já, mude para melhor!