ARTIGO

Exigimos respeito, senhor secretário!


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No dia 10 de dezembro, na condição de deputada estadual e presidenta da Comissão de Educação e Cultura da Assembleia Legislativa, fui vítima de uma atitude desrespeitosa por parte do secretário estadual da Educação, Renato Feder, assim como dezenas de professores, estudantes e outros cidadãos e cidadãs que estavam presentes na Alesp para a prestação de contas das ações da Seduc. O secretário simplesmente foi embora, sem dar satisfação.

Pressionei e consegui que a reunião fosse reagendada, o que deve ocorrer no dia 17 de dezembro, terça-feira. Espero que o secretário não se retire da reunião novamente sem prestar contas de seu trabalho na Seduc.

É muito grave o que vem ocorrendo na educação paulista. Confisco de R$ 11 bilhões de verbas, privatização das escolas, redução de disciplinas fundamentais no currículo escolar, militarização, plataformização do processo educativo, fechamento de classes, autoritarismo, assédio moral, desvalorização salarial e profissional, desmonte da carreira e todo os tipos de ataques são o cotidiano da rede estadual de ensino. E o secretário simplesmente ne nega a dialogar com os deputados sobre tudo isso.

Obviamente, não ficarei iva frente a esse tipo de postura. Caso, na próxima terça-feira, o secretário novamente tente fugir de seu dever constitucional, não terei outra alternativa que não o convocar pela via judicial. A principal política pública não pode ser conduzida desta forma, com decisões de gabinetes, sem levar em conta os direitos educacionais dos estudantes e suas famílias e os direitos profissionais de professores e demais profissionais da educação.

Ao confiscar R$ 11 bilhões da Educação, este governo nega escolas, nega ensino de qualidade à população, mantém escolas em péssimo estado e, paralelamente, institui parcerias público-privadas, negociadas na bolsa de valores, para criar umas poucas escolas-modelo, na tentativa de mostrar de forma distorcida que o caminho da privatização seria a melhor solução para os problemas da nossa rede estadual de ensino.

A postura autoritária de Tarcísio de Freitas está presente não apenas na educação, mas em todas as demais áreas do governo. Na última semana, tive a oportunidade de tratar aqui da desastrosa política de segurança pública vigente em nosso estado. Lamentavelmente, novos casos de violência por parte de policiais militares surgiram desde então. Entretanto, isso não a desapercebido pela população.

De acordo com pesquisa do Instituto Quaest, divulgada no dia 12 de dezembro, a avaliação negativa de Tarcísio de Freitas vem crescendo em diversas áreas.  Essa avaliação negativa cresceu de 27% para 31% na Segurança Pública, na área da Educação ou de 23% para 25% e na Saúde, de 32% para 34%.

A Apeoesp prepara-se para realizar a sua I Plenária Intercongressual, com 1.000 delegadas e delegados de todo o estado, quando o cenário nacional e estadual será analisado e debatido, mas o maior objetivo da plenária é estabelecer um plano de lutas para o próximo período. Neste plano de lutas, a questão da greve do magistério, pois a greve é o instrumento de luta mais eficaz que tem os trabalhadores para fazerem valer seus direitos.

A preparação da greve para o início do ano letivo de 2025 é necessária porque este governo não dialoga verdadeiramente. De nada adiantam tantas conversas se, no final, o governo mantém suas políticas, ignorando nossos argumentos e as pautas de reivindicações que apresentamos. Para nós, a greve também é uma forma de despertar a sociedade para que o ocorre nas escolas estaduais e para estabelecer uma verdadeira parceria com os estudantes, com os funcionários das escolas, com as famílias, com todas as professoras e os professores, para que, juntos, possamos caminhar no sentido de uma educação que atenda os interesses dos filhos e filhas da classe trabalhadora.

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