O QUE MUDA?

Mudanças na lei dificultam cidadania italiana; entenda

Por Bruno Usberti/JP |
| Tempo de leitura: 2 min
Imagem: Freepik

As novas regras para a cidadania italiana devem afetar milhares de brasileiros. Bisnetos, trinetos e gerações mais distantes de imigrantes italianos que chegaram ao Brasil entre o final do século XIX e o início do século XX, perderão o direito à cidadania.

Na última terça-feira (20), um decreto do governo da Itália que restringe o reconhecimento da cidadania pelo "direito de sangue" foi aprovado e se tornou lei definitiva pelo Parlamento. De forma geral, apenas filhos e netos de italianos nascidos no exterior terão o direito.

VEJA MAIS:

Ou seja, para ter direito à cidadania, é preciso que o pai, mãe, avô ou avó tenham mantido a cidadania italiana exclusivamente — ou a tivessem no momento do falecimento. Outro caso seria quando, o pai, mãe ou pais adotivos tenham morado na Itália por, no mínimo, dois anos consecutivos após adquirir a cidadania italiana, antes do nascimento ou da adoção do filho.

Impactos aos ítalo descendentes

A Società Italiana di Piracicaba é um órgão tradicional da cidade, responsável pela execução dos documentos para a cidadania italiana. O Jornal de Piracicaba conversou com Juliano Dorizotto, presidente da entidade, que comentou sobre os impactos das mudanças.

“É importante observar que o decreto, se transformado em lei, poderá trazer impactos aos ítalo descendentes, incluindo aqueles que já possuem a cidadania italiana, o que o torna ainda mais preocupante, exigindo atenção especial de todos os interessados no assunto”, disse.

Ainda de acordo com Dorizotto, mais de cinco mil famílias que possuem a dupla nacionalidade em Piracicaba podem sofrer consequências nas próximas gerações.

O que fez a Itália querer mudanças?

O governo italiano justifica a nova medida afirmando que ela busca reduzir o grande volume de pedidos de cidadania vindos da América do Sul e frear a comercialização de aportes. Durante a discussão da proposta, o deputado Giovanni Maiorano, do partido Irmãos da Itália, foi enfático ao declarar que a legislação visa impedir o que ele chamou de "venda da cidadania".

Em 2023, o Brasil registrou um aumento de cerca de 40% nas aprovações, totalizando mais de 20 mil, em comparação com 2022, conforme dados do Consulado da Itália no Rio de Janeiro.

Comentários

Comentários